quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

2012 - TEMPO DE MUDANÇAS

Nunca um ano foi tão discutido, falado, esperado ou mesmo temido como o ano de 2012.
Isto não só devido ao famoso calendário maia como também a muitas profecias, lendas, histórias antigas e conhecimentos ancestrais que, oriundos de locais muito diferenciados e distantes, todos se referem a uma época futura especial, tempos de mudança e transformação que, de um modo misterioso, parecem todos convergir em 2012.
Chegamos a 2012 e podemos verificar que o mundo está um caos e que sopram ventos de mudança.
Todos podemos sentir a instabilidade geral e verificar a vergonhosa incapacidade/incompetência dos nossos governantes em antecipar/administrar/resolver os problemas das pessoas (essa é a sua função) enquanto apresentam uma notável capacidade para gerir os seus próprios.

As pessoas estão a começar a perceber, a tomar consciência que os políticos (os verdadeiros responsáveis), aqueles que estiveram/estão ‘ao leme’, não souberam/sabem conduzir a embarcação, parecendo levá-la propositadamente para o meio da tempestade e do recife destruidor.

O caos alastra-se por todos os sectores da sociedade e, apesar das promessas dos tais governantes (é só o que sabem fazer), não encontraram/encontram qualquer solução (como poderiam?).
Mas não está certo responsabilizar apenas os políticos pois estes são meros fantoches bem falantes de um poder que lhes é superior: a Banca.
Quando me refiro à Banca quero dizer a nossa banca, o sistema monetário ocidental.
A Banca foi a principal causadora deste caos financeiro devido aos produtos tóxicos que vendeu para satisfazer a sua ganância entrando numa espiral de dívidas quando se começou a verificar que não possuíam qualquer valor.
Os políticos, seus lacaios, trataram de convencer as pessoas que estas dívidas pertenciam aos Estados e que precisavam ser liquidadas.
“Temos vivido acima das nossas possibilidades. Chegou o tempo de pagarmos por isso”. 
Lembram-se?
Deste modo apareceram os PECs e depois os resgates. 
Com isso vieram mais impostos, aumento de preços, perca de regalias e de direitos, mais desemprego e pobreza.Isto é, os nossos amigos políticos puseram-nos a pagar a dívida dos seus senhores banqueiros ou acham que este tipo de política irá salvar a economia?
Mas qual é a finalidade de destruir a economia de um país?
Bem, se eu tiver contraído um empréstimo para comprar a minha casa e a determinada altura não o poder pagar, o banco fica com a minha casa.
A banca está a fazer o mesmo mas a um nível mais elevado, concentrando assim poder e património.
A austeridade imposta pela banca aos países que empresta dinheiro, irá implicar inevitavelmente numa posterior dificuldade/impossibilidade destes para pagar as prestações devidas/acordadas o que irá agravar a situação.
E a Banca, como um abutre, espera pacientemente  que isso aconteça para começar a fazer as suas exigências. Isso significará perda de soberania do país e a dependência a outros elementos externos nada bem intencionados como podemos perceber.
O país entra então num ciclo vicioso de dívida e submissão do qual terá muitas dificuldades de se libertar.
Será que os políticos não estão conscientes da armadilha da banca?
Ingénuos? 
Não, submissos ao poder da banca ou perderão os seus privilégios.
Olhem a Grécia que está no primeiro lugar da fila indiana dos países europeus que caminham para o precipício. 
Já está na fase em que o FMI quer poderes para administrar a fiscalidade interna do país.
Uma notícia recente (10 de Fevereiro) da Reuters refere que a polícia grega ameaça com prisão os oficiais do FMI devido às “medidas de austeridade”, acusando-os de chantagem e de, secretamente, pretenderem suprimir e erodir a democracia e a soberania nacional.
Reparem que esta iniciativa não partiu directamente do governo grego mas de uma entidade independente (certamente com o aval do governo).
É uma luta contra o tempo.
Bem, trata-se de uma guerra, uma guerra financeira onde a Banca tem todas as vantagens.
Como se pode ganhar esta guerra que parece estar irremediavelmente perdida?
A solução só pode estar na reconquista da independência do poder político (acabar com a corrupção) assim como da sua ética e verdadeira dedicação ao serviço público.
Como?
Se os políticos não mudam as suas políticas, mudam-se os políticos.
Parece fácil mas não é. Faz-se isso de 4 em 4 anos e as coisas não mudam.
Não basta mudar os políticos, é preciso mudar as suas mentalidades.
Como?

Uma boa ideia será responsabilizá-los e retirar-lhes todas as regalias a que os outros não tenham acesso.
Só poderão ganhá-las quando as tiverem conquistado para a sociedade.
Afinal são eles que asseguram que a lei é igual para todos quando utilizam a própria lei para incrementar os seus próprios privilégios.
Isso é notório quando observamos o funcionamento da chamada justiça.
Por isso a solução terá que passar também pela real independência da justiça.
Terá de ser esta a dar o primeiro passo, pedindo explicações e esclarecimentos públicos aos políticos responsáveis nas barras dos tribunais sobre certos negócios e decisões tomadas por eles tomadas que claramente prejudicaram o bem comum.
Será uma utopia?
Talvez seja uma utopia num país como Portugal onde a mentalidade política e institucional está equiparada à dos países do 3º mundo.
Certamente essa revolução na Justiça virá a acontecer num outro país mas o seu impacto se repercutirá rapidamente para além das suas fronteiras pois as ramificações maliciosas estendem-se por todo o mundo.
É preciso é começar.
Esta luta pode ser vencida não com uma revolução popular destruidora mas com uma revolução judicial pacífica dando possibilidade à Justiça de exercer livremente a sua função educativa e não esta punitiva a que foi transformada.
Como no caso dos políticos, trata-se essencialmente de uma mudança de mentalidade.
Esta mudança de mentalidade não é só necessária mas essencial para salvar a sociedade actual.
Felizmente essa mudança de mentalidade, o desenvolvimento da ética, o acordar da consciência, está a acontecer por todo o mundo.
O direito ao trabalho, à justiça e equidade está cada vez mais a ser exigido pela população que já não se deixa levar tão facilmente nas cantigas optimistas dos políticos governantes.
Estes estão alarmados e mesmo aterrados, parecendo baratas tontas de reunião em reunião, procurando soluções (impostos) mesmo ilegais ou inconstitucionais para satisfazer a megalomania dos seus patrões – os banqueiros.
É preciso dar o salto.


É preciso que a Justiça funcione.
É preciso que a Justiça dê o seu grito de Ipiranga e coloque as coisas no seu devido lugar, reestruturando-se.
É preciso que a sociedade se una para apoiar e dar força e esta reforma.
É possível?
Se olharmos para Portugal perdemos logo a esperança mas essa revolução não partirá certamente daqui. 
Portugal será engalfinhado por ela.
Afinal estamos em 2012.
O odor a mudanças anda no ar.
Boa Vida!

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